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A matéria mais suja do dia

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Por Ana Lima Cecílio

“entre o chão e a relva/ entre a rocha e o anjo/ morre a morte/ morre o sepulcro de pedra/ a luz treme/ a rocha forja/ o musgo nasce”

Como tudo na poesia de Mariana Paz, este pequeno poema é um enigma, esfinge mineira, e, ainda que não a decifre, deleite-se.

A matéria inegável de seus substantivos indiscutíveis – chão, rocha, pedra, morte – pavimentam o solo da poesia, de algum modo metafísica – pois vai além, desdobra-se da matéria, emoldura-se num horizonte de montanhas de ferro e profundezas de aço.

No cenário seco do cemitério evocado no poema, anjo é de pedra e até a morte morre repetidamente, mostrando que, no reino das palavras, esses pequenos milagres metafísicos, até a morte tem fim.

Mas não se engane pelo cenário, pela dureza da pedra: ali, a rocha também é anjo, a luz treme – e quem há de negar que movimento é vida – e entre o engenho humano que forja a rocha, vejamos: “o musgo nasce”.

Frescor e sombra, alento e alívio. A explosão poética silenciosa e contida de Mariana – e como fugir da palavra “lapidada”? – trará surpresas e caminhos para o leitor. Fique à vontade, vá e volte: os caminhos da poesia estarão sempre abertos.

 

Ficha Técnica

ISBN: 9786586135466
Edição: Primeira
Ano: 2021
Página: 72
Formato: 11 X 19
Encadernação: Brochura