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Por que Nós?

Por que Nós?

A Editora Nós nasceu de um forte impulso, mas não de um gesto apressado. Todo mundo que está vendo o nascimento da Nós fica surpreso: “mas como é possível fazer tudo isso em tão pouco tempo?”.

Uma vez me disseram que a flor, quando desabrocha, parece que nasceu subitamente, mas aquele instante é resultado de um longuíssimo processo. Gosto de pensar que a Nós já existia dentro de mim, como semente, e depois de um longo tempo, encontrou a temperatura e a umidade adequadas para vir à luz. Eu adoro orquídeas e as pessoas também ficam impressionadas de ver como as minhas orquídeas florescem rápido. Uma florista uma vez me ensinou que se você contar três nódulos da orquídea de cima pra baixo e podá-la, ela floresce muito mais rápido do que se ficar lá, com aquele galho seco e longo, interrompendo o fluxo de nutrientes. Acho que foi isso que me aconteceu. Mas, naturalmente, esse processo contou com o cuidado de muitas mãos além das minhas, muitos jardineiros fiéis, que contribuíram infinitamente. Por isso não se chama editora eu, mas Editora Nós, porque o nosso princípio básico é o de que um livro, como quase tudo de bom que se faz na vida, é uma construção coletiva, fruto do encontro de várias subjetividades, e não apenas uma expressão egocêntrica. Livro é cultura! E cultura não se faz sozinho.

O poeta Manoel de Barros diz: “Os outros: o melhor de mim sou eles”. Esse é um pressuposto que carrego para a vida e quero levar para a nossa editora. Vamos ser plurais, democráticos, inclusivos, afetivos. Nossa própria marca expressa isso: uma palavra única, de três letras, mas indivisível, com um centro aberto no qual as pessoas e as idéias poderão entrar. A única exigência: amar o livro e a literatura sobre todas as coisas. E acreditar, de verdade, que “a literatura é um direito humano”, como diz o Antonio Candido, e que como tal precisa aspirar ao todo, no sentido de sociedade.