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Nós estamos de volta ao Brasil

Nós estamos de volta ao Brasil

Depois de longos e intensos dias, Nós estamos de volta ao Brasil. Ainda acertando os ponteiros dos relógios, mas já imersos nas numerosas oportunidades geradas pela estreia na Europa. A recepção que tivemos do mercado, de todas as pessoas que fazem o livro existir no Brasil, e que tomaram conhecimento da nossa existência, foram as melhores possíveis. Neste momento difícil pelo qual o mercado editorial atravessa, o nascimento da Nós ganhou um pouco o sentido de uma luz, uma mostra de que acreditar é preciso – e possível. Mais ou menos como acontece quando uma criança nasce e renova em nós as esperanças, mesmo com as guerras e o aquecimento global.

Entre as tantas alegrias que tivemos em terras estrangeiras, a mais simples e talvez mais significativa é saber que viemos embora, mas que nossos livros continuam lá. Duas lindas e importantes livrarias francesas nos acolheram com entusiasmo.

A Ofr, livraria-galeria, no bairro do Marais, onde lançamos o Eu sou favela, vai manter por lá um volume significativo dos nossos livros para vender. O acervo da Ofr. é belíssimo, um mix de livros de arte, música, literatura pouco convencional e objetos de arte bem no estilo descolado e vanguardista do Marais.

A Librairie Portugaise et Brésilienne é outro lugar onde poderemos ser encontrados em Paris. Quem conhece um pouco a história da literatura brasileira na França, sabe da importância que têm as figuras de Michel e Anne, os donos da livraria, na divulgação da literatura brasileira em Paris. Há mais de 20 anos, eles vendem livros brasileiros na cidade. Nós agora estamos nas prateleiras deles com Eu sou favela e Apocalipse nau.

A livraria fica no mítico Quartier Latin, por onde circulam intelectuais dos mais diversos lugares do mundo, que gravitam em torno da Sorbonne, entre eles, gente interessada na literatura brasileira. Michel recebeu com alegria nossos livros. Com a simplicidade típica que têm os livreiros independentes, que conhecem de verdade cada um dos livros que vendem, olhou com cuidado e aprovação os livros, me perguntou quantos eu tinha, quantos podia deixar para ele, e se depois conseguiria embarcar mais se necessário. Michel nem imaginava meu contentamento porque, a rigor, aquele era o nosso primeiro pedido. Viemos embora de Paris, mas deixamos lá o mais importante de Nós. Nossos livros, marca da nossa existência no mundo. E justamente em Paris, essa cidade que como disse Vila-Matas, não tem fim.

Na Itália, também fomos acolhidos com carinho. A Libreria Per Ragazzi, a mais charmosa e conceituada da cidade, já nos pediu a remessa de exemplares para a sua seção de literatura infantojuvenil brasileira. Nossa “Divina Jogada” já tem seu espaço garantido numa das estantes mais prestigiadas de Bolonha.

Agora estamos aqui. E nas próximas semanas, nossos livros chegam às livrarias brasileiras. Começaremos por São Paulo e vamos, aos poucos, nos espalhando por onde nos quiserem. Vamos fazer lançamentos, encontros, debates, saraus. Então, Nós que aqui estamos, por vocês esperamos, para acompanhar nossos passos, compartilhar nossas alegrias e alçar vôo com nossos livros por onde quer que a gente vá.

 

Crédito de imagem: Bruno Ogura